Cultura e música amazônica usam bioinstrumentos para defender floresta na COP30
- Terca-Feira, 11 Novembr
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Com 43 anos dedicados à poesia, à música e à valorização da identidade amazônida, Celdo Braga participa da expedição levando declamações, apresentações e também os chamados bioinstrumentos.Patrick Marques/g1AmazonasA arte e a música se tornaram uma das principais formas de expressão da Amazônia na COP30, mostrando a riqueza cultural e a importância da preservação da floresta. Poesia, canções e ilustrações conectaram histórias, identidades e vozes da região à discussão global sobre mudanças climáticas e proteção ambiental.Entre os artistas que deram voz e forma à Amazônia estiveram o poeta e músico Celdo Braga, o acordeonista Éder do Acordeon e o cartunista Rogério Mascarenhas, o Romas, que marcaram a participação da região com poesia, música e desenho.Poesia e bioinstrumentos que reverberam a florestaCom 43 anos dedicados à poesia, à música e à valorização da identidade amazônida, Celdo Braga participou levando declamações, performances musicais e os bioinstrumentos, criados a partir de sementes, cascas e materiais naturais da floresta.“Eu estava bastante à vontade, porque venho, há muitos anos, desenvolvendo um trabalho voltado para que a natureza seja preservada e a vida seja respeitada. Então, em um evento como este, meu trabalho encontrou ressonância”, afirmou.📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsAppO projeto de bioinstrumentos já contava com 60 instrumentos catalogados, feitos com frutos e fibras amazônicas, como caroço de tucumã e casca de cupuaçu, e integrou a plataforma internacional The Amazonic, considerada a primeira biblioteca de sons amazônicos do mundo.“O projeto tinha oito anos e já havia frutificado em muitos lugares. No final de novembro, lancei um livro reunindo esses 60 instrumentos, como referência simbólica para o estado e para a narrativa de que a floresta vive, soa e respira”, explicou Celdo.Celdo explica que o projeto dos bioinstrumentos já conta com 60 instrumentos catalogados, todos feitos a partir de frutos e fibras amazônicas, como caroço de tucumã e casca de cupuaçu.Patrick Marques/g1AmazonasMúsica que chama a Amazônia pelo nomeNatural do Juruá, Éder do Acordeon usou a música para chamar atenção para a preservação, com apresentações que envolveram o público e transformaram perguntas em refrão:“Vocês vão sujar a água? Vocês vão fazer queimada?”“Eu não!” — respondeu a delegação.“Se você fizer queimada, vai aumentar a poluição”, disse o músico iniciando a canção.“Cantei pela Amazônia, mas também para o mundo inteiro. O que acontece aqui muda o clima do planeta. A música ajudou a tocar o coração de quem ainda não entendeu isso”, finalizou.O Banzeiro da Esperança segue pelas águas do rio Amazonas rumo à COP 30 em BelémDesenho como registro vivo da AmazôniaEnquanto os debates aconteciam, o cartunista Romas registrou cenas, falas e gestos em ilustrações que se tornaram um diário visual da cultura e da biodiversidade amazônica.“Foi uma responsabilidade representar o Norte neste espaço. Emprestei minha arte para contar o que estava sendo vivido e aprendi com as histórias de quem vive a floresta todos os dias”, afirmou.As ilustrações compuseram um conjunto de materiais visuais que traduziram a vida na floresta e suas narrativas.Natural de Parintins e roteirista da Turma da Mônica há 14 anos, Rogério Mascarenhas afirma que representar a Amazônia por meio do desenho é também um compromisso de identidade:Patrick Marques/g1AmazonasArte como parte da Carta da AmazôniaAs expressões artísticas ajudaram a formular a Carta da Amazônia, documento que foi apresentado à comunidade internacional durante a COP30, conectando histórias, identidades e vozes da floresta ao debate global sobre preservação e sustentabilidade.Banzeiro da Esperança navega pelo Amazonas com 200 pessoas rumo à COP30














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