Câncer de próstata: por que a hormonioterapia afeta a função sexual

  • Quinta-Feira, 27 Novembr
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Câncer de próstata: por que a hormonioterapia afeta a função sexual

Estamos chegando ao fim de novembro, mês da conscientização sobre o câncer de próstata. As campanhas, acertadamente, focam na necessidade de prevenção e detecção precoce, porque o tempo conspira a favor da luta contra a doença. Minha contribuição para o Novembro Azul é compartilhar o que aprendi num seminário on-line que reuniu Evie Mertens, enfermeira com especialização em urologia do Royal Melbourne Hospital (Austrália); o psicólogo Andrew Matthew, professor associado da Universidade de Toronto (Canadá); e o urologista Mohit Khera, professor do Baylor College of Medicine (EUA). O tema era a hormonioterapia, ou terapia de privação androgênica, na qual o paciente recebe medicamentos para suprimir os hormônios masculinos (andrógenos). A terapia de privação androgênica, na qual o paciente recebe medicamentos para suprimir os hormônios masculinos, tem impacto significativo na função sexual, e por isso é tão importante detectar logo o câncer de próstataMariza TavaresA testosterona, em especial, alimenta o crescimento das células cancerígenas; por outro lado, é essencial para a libido e a manutenção da ereção. O resultado é um impacto significativo na função sexual, e por isso é tão importante detectar logo a doença.Nem todos os pacientes com câncer de próstata são submetidos à terapia de supressão de andrógenos – realizada por meio de cirurgia (retirada dos testículos) ou administração de medicamentos. Ela é indicada em casos de câncer avançado ou metastático, quando o tumor já se espalhou; de risco localizado ou localmente avançado, associada à radioterapia; ou em recidivas, quando o câncer retorna depois do tratamento. Os debatedores citaram o Guidelines for sexual health care for prostate cancer patientes (Diretrizes para o cuidado da saúde sexual de pacientes com câncer de próstata), com recomendações de um painel internacional, chamando a atenção para a necessidade de orientação sobre os efeitos colaterais da hormonioterapia. Mertens afirmou que disfunção erétil e perda de libido são os principais problemas enfrentados por quem se submete ao tratamento. Ela citou uma revisão de seis estudos abrangendo 2.947 pacientes com câncer de próstata não metastático. Desse total, 49.9% eram sexualmente ativos, sem disfunção erétil severa. No entanto, apenas 10.3% se mantinham ativos depois de seis meses de tratamento com hormonioterapia, e somente 8.3% após dois anos. Havia uma queixa comum: a falta de comunicação. Cerca de 90% relatavam que o oncologista raramente abordava questões relacionadas à saúde sexual quando, na verdade, o tema é crucial para a qualidade de vida da pessoa – e também de seu parceiro ou parceira.“É preciso detalhar o tratamento, ajustar expectativas, traçar objetivos, discutir luto e sentimento de perda, além de estratégias de intimidade sem penetração. O paciente não deve se prender à ideia de que o sexo tem que ser o que era antes, ou imaginar que qualquer outro tipo de atividade sexual é inferior”, destacou Mertens, lembrando que brinquedos eróticos são muito úteis. Andrew acrescentou que outros efeitos adversos podem surgir:Fatiga: presente em 40% dos casos, de acordo com os pacientes é o segundo efeito colateral mais desagradável, perdendo apenas para a disfunção sexual.Ondas de calor, fogachos como os que ocorrem em mulheres na perimenopausa.Alteração na qualidade de sono, acompanhada de fogachos e noctúria (necessidade de acordar uma ou mais vezes para urinar).Ganho de peso e perda de massa muscular.Osteopenia ou osteoporose.“Todos esses sintomas levam a um quadro de exaustão e a um comprometimento da autoimagem, que afetam a motivação para o sexo. O exercício funciona para todas essas condições. Pode haver ainda um certo comprometimento de memória e capacidade de aprendizado, porque centros neurais no cérebro possuem receptores de andrógenos, como o hipocampo e a amígdala. Como tudo é bastante angustiante, é melhor que os pacientes saibam pela equipe do que pesquisando na internet”, resumiu. O professor Mohit explicou que 75% dos pacientes recuperam os níveis hormonais acima da castração química (maior que 0,5 ng/mL) num prazo médio de 11 meses; e 25% não voltam ao nível acima da castração mesmo anos após a suspensão do tratamento. Além da falta de libido e disfunção erétil, há a possibilidade de alterações no tamanho do pênis e atrofia testicular.“A recuperação se dá, principalmente, nos dois primeiros anos depois do fim do tratamento; se não ocorrer em 24 meses, é bem provável que nunca venha a acontecer”, detalhou. A taxa dos que voltam ao nível hormonal normal (maior que 3.5 ng/mL) é de 19%. Dois fatores estão diretamente atrelados à melhora do quadro: a idade e a duração da terapia – quanto mais longa, mais persistentes os efeitos. “A recuperação da função sexual é mais lenta do que a recuperação da testosterona, ou seja, a maioria não vai voltar ao patamar anterior à doença”, finalizou Mohit.Série novembro azul : exame de próstata ainda enfrenta barreiras no Maranhão

FONTE: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2025/11/27/cancer-de-prostata-por-que-a-hormonioterapia-afeta-a-funcao-sexual.ghtml
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